OUTUBRO ROSA PET

Cerca de 50% dos tumores mamários em cadelas são malignos e podem ter comportamento agressivo ou metastático. Em gatos, o risco é ainda maior: cerca de 90% dos tumores são malignos e agressivos, e 80% tendem a metastatizar em um ano, afetando principalmente os pulmões. O câncer de mama geralmente ocorre em animais de estimação com predisposição genética e exposição a agentes cancerígenos ambientais, como envelhecimento e fatores hormonais. Como a doença começa assintomática, o diagnóstico pode ocorrer mais tarde, colocando os pacientes em maior risco. Por isso, a prevenção é fundamental: os anticoncepcionais são totalmente contraindicados, e a castração é recomendada como a melhor forma de prevenção dessa doença.
Castração é prevenção
Além de reduzir consideravelmente as chances de uma gata ou cadela desenvolver um tumor mamário, a castração evita ainda o desenvolvimento de piometra (infecção uterina) e os cânceres de ovário e útero que, embora mais raros (cerca de 3% a 5% dos tumores), também colocam a vida dos pets em risco. Quanto antes a castração for realizada, menores as chances da cadela ou gata desenvolver um tumor mamário. No entanto, segundo o médico veterinário oncologista, Dr. Bruno Roque, é preciso avaliar a saúde do animal de forma integral. A castração antes do primeiro cio pode prejudicar o desenvolvimento do pet, causar incontinência urinária futuramente e reduzir o papel protetor do estrógeno para outros tipos de cânceres. Para ele, o mais indicado é realizar a castração com um ano e seis meses de idade, desta forma garantindo o desenvolvimento completo dos tecidos do corpo e também o efeito profilático para o câncer de mama. A castração, aliás, é indicada mesmo para animais em idade adulta.
Como tratar o câncer
O tratamento para o câncer de mama é a cirurgia, preferencialmente com retirada total de toda a cadeia mamária. Segundo o oncologista, desta forma é possível prevenir o desenvolvimento de novos tumores nas demais mamas. Caso existam tumores nas duas cadeias mamárias, o indicado é realizar a mastectomia em dois estágios. A cirurgia pode, ainda, incluir a retirada dos linfonodos, conforme avaliação do cirurgião. Já a quimioterapia é indicada apenas quando for detectado um tumor mais agressivo, com indício de metástase e comprometimento dos linfonodos.
Carinho também é diagnóstico
O câncer de mama em pets é uma doença grave e quanto antes o diagnóstico for realizado, melhores são as chances de cura para os pets. Consultas de rotina, preferencialmente a cada seis meses, são essenciais mesmo em animais castrados, juntamente com a realização de exames de sangue e de imagem, que auxiliam na detecção precoce de eventuais tumores. Até mesmo os machos precisam ser avaliados. Embora o câncer de mama seja mais raro neles, quando ocorre é ainda mais agressivo. A dica é aproveitar o momento de interação e carinho na barriga para palpar as mamas e verificar se não há nenhum nódulo, além de verificar se há secreção anormal saindo das mamas. Para os gatos, que geralmente não apreciam o toque na barriga, pode ser um pouco mais difícil, mas o ideal é tentar acostumar o bichano com a palpação, um cuidado em forma de carinho. Por isso é preciso contar com a percepção dos tutores em relação aos sinais apresentados pelos pets e aos sempre indicados check-ups periódicos. Consultas de rotina, preferencialmente a cada seis meses, com realização de exames de sangue e de imagem auxiliam na detecção precoce de eventuais tumores.
FONTE: https://www.drogavet.com.br/geral/cancer-de-mama-em-pets-novidades-na-prevencao-e-tratamento/