Meu pet mordeu um rato, e agora?!

Mas o episódio não é tão raro assim, ainda mais se seu felino foi resgatado de um abrigo. O súbito ataque tem a ver com seus ancestrais. Isso explica porque gatos abandonados têm uma chance de sobrevida maior se comparado àqueles criados em apartamento e até mesmo aos cães. Os felinos têm ainda muito viva a lembrança da caça, a mesma que preservou a vida de seus antepassados.
Com isso explicado, cabe salientar que a caça e o consequente consumo da carne da presa pode abrir uma brecha na saúde de seu gato e também na de seu tutor. Se você o flagrou com um rato na boca, ou pior, a metade dele, segue abaixo algumas importantes considerações que não podem ser negligenciadas.
Raiva
A pior de todas as consequências é que seu gato tenha tido contado com um animal portador do vírus da raiva. Alto lá, isso não é comum!
Para começar a raiva é uma doença controlada e a zoonose, quando presente, costuma vir de animais silvestres, como gambás e morcegos, bichos infectados cuja saliva entra em contato com outro mamífero. Estatisticamente, esse é o quadro, e sendo assim, não é um camundongo de jardim o hospedeiro que vai complicar sua vida. Mas fique atento e solicite auxílio do médico-veterinário.
Toxoplasma
Se comparado à raiva, essa doença é mais comum, mas ainda assim não é todo dia que se encontra um portador. uma das formas de contaminação é pela ingestão da carne de caça contaminada, que os gatos adquirem a famosa doença. É perigosa no caso de mulheres gestantes, porque pode comprometer a viabilidade do feto.
A toxoplasmose pode passar desapercebida pelos tutores que veem em seus gatos uma indisposição passageira, principalmente se ele é desses com o sistema imune fortalecido. Caso contrário, o animal adoece mesmo e produz cistos do parasita que, via fezes, contamina o ambiente. Os danos do toxoplasma no organismo do gato podem ser vistos como distúrbios oftálmicos, febre, sinais de doenças respiratórias (tosse e pneumonia), falta de apetite, diarreia e, em casos mais graves, sinais neurológicos.
Verminose
Esse, sim, é bastante provável de aparecer no gato caçador. Endoparasitas que vivem no intestino do rato pode ser imediatamente transferidos para o organismo do predador que dessa forma também passa a contaminar o ambiente por meio de suas fezes. Entendeu porque é interessante castrar gatos de rua? Tudo vale para manter o bichinho mais tempo na segurança de sua casa e evitar que seja vetor de parasitas que podem prejudicar seres humanos.
Envenenamento
Essa possibilidade também inspira cuidados. O fato de um roedor ter sido capturado pode ser porque ele não estava de posse de sua consciência, afetada pela ingestão de veneno, tornando-se presa fácil do caçador. Se o organismo do rato estava contaminado, seu gato pode sofrer envenenamento secundário, e os sinais vão depender da dose ingerida pelo rato. Isso pode variar de uma diarreia a distúrbios neurológicos, tais quais àqueles apresentados pela presa desafortunada. Esteja atento se está havendo um surto de ratos na região e se seus vizinhos, ou você mesmo, estão fazendo uso de rodenticidas.
Leptospirose
Apesar de não ser muito comum, a leptospirose também deve ser pesquisada pois trata-se de uma zoonose grave que afeta o sistema urinário e até renal. Ela é transmitida por meio do contato com a urina contaminada que pode ter entrado em contato com o caçador no momento do ataque.
Procure orientação profissional
Cabe lembrar que a vacinação dos gatos confere certa proteção contra raiva e leptospirose, mas ainda assim é bom ouvir de um veterinário se a idade do felino e o tempo transcorrido da vacinação até a ingestão da caça mantém a proteção. Encontrando um rato morto nas imediações por onde transita seu animalzinho, procure auxílio especializado, porque seu bichano pode ter sido exposto aos riscos.