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Conselheiros Efetivos e Suplentes gestão 2020-2023 do CRMV/PA são empossados em solenidade
Em emocionante solenidade realizada na tarde desta terça-feira (22), no auditório da sede do CRMV/PA, tomaram posse os novos Conselheiros Efetivos e Suplentes do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Pará (CRMV/PA), gestão 2020-2023. O evento ocorreu de modo presencial com público reduzido e também virtualmente, em função da pandemia do novo coronavírus.
A cerimônia iniciou com a execução do hino nacional brasileiro. Em seguida, a presidente eleita do CRMV/PA, Dra. Nazaré Fonseca de Souza, proferiu seu discurso de posse, no qual agradeceu a todos que fizeram parte de sua trajetória e aos profissionais e apoiadores pela confiança.
“Nosso agradecimento aos 15 profissionais que aceitaram nosso convite e estão dispostos juntos a trabalhar pelas duas classes indistintamente, de Médico Veterinário e de Zootecnista, se hoje aqui estão é por que acreditaram na mudança e estarão empenhados na reconstrução deste Conselho de classe, que primará também pela participação de seus profissionais.”
Dra. Nazaré Fonseca, ressaltou ainda, a missão do Regional e alguns dos desafios da gestão para o triênio 2020-2023. Além de reafirmar o seu compromisso perante o Conselho Federal de Medicina Veterinária.

Posteriormente, a presidente eleita fez a leitura do termo de posse dos 12 conselheiros efetivos e suplentes, que realizaram a assinatura do documento.
A cerimônia contou com a participação de autoridades, presidentes e representantes dos CRMV´s, diretores, professores, acadêmicos e profissionais que acompanham a transmissão.

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Nova gestão CRMV/PA
A eleição da nova gestão do CRMV/PA ocorreu no dia 14 de julho de 2020, de modo on-line. Pela primeira vez, a diretoria executiva do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Pará será constituída integralmente por mulheres, médicas veterinárias.
Composição Gestão CRMV/PA 2020-2023
Diretoria Executiva:
Presidente: Nazaré Fonseca de Souza – CRMV/PA 00484 VP
Vice-presidente: Sumaya Emília Martins Paulino – CRMV/PA 01833 VP
Secretária Geral: Gilmara Abreu da Silva – CRMV/PA 01953 VP
Tesoureira: Maridelzira Betânia Moraes David – CRMV-PA 00837 VP
Conselheiros Efetivos
Daniella Kaisa de Oliveira Bezerra CRMV-PA 02828 VP
Fernando Elias Rodrigues da Silva CRMV-PA 00727 VP
Jorge Cardoso de Azevedo CRMV-PA 00344 ZP
Laura Jamille Argolo Paredes CRMV-PA 02955 VP
Miller de Sousa Silva CRMV-PA 03275 VP
Liane do Socorro Bremgartner de Lima CRMV-PA 01120 VP
Conselheiros Suplentes
Cassia Maria Pedroso dos Santos CRMV-PA 02683 VP
Edelvan Soares da Silva CRMV-PA 01936 VP
Eliomar de Moura Sousa CRMV-PA 02342 VP
Igaracy Jandaia do Amaral Muniz CRMV-PA 00485 VP
Luiz Fernando Moraes Moreira CRMV-PA 00686
Waldjânio de Oliveira Melo CRMV-PA 00224 ZP
SAÚDE ÚNICA: Tem sempre um médico-veterinário cuidando dos animais, do ambiente e de você
Estabelecido há 18 anos nos Estados Unidos, o médico-veterinário Hélio Autran de Morais é referência quando o assunto é cardiologia e medicina interna, áreas em que se especializou. Entretanto, seu interesse pelos temas da Medicina Veterinária é diverso e a saúde única é um deles.
Graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o gaúcho é, atualmente, professor titular do Departamento de Clinical Sciences da Oregon State University, além de diretor e membro do corpo clínico do hospital veterinário da instituição. Desde março, coleta informações que reúne no artigo Covid-19 e os Animais de Companhia, de modo a atualizar-se e aos colegas sobre a relação entre a doença e os pets, compartilhando suas descobertas e análises nas redes sociais. Para ele, o surgimento do vírus SARS-CoV-2 é um exemplo clássico do que a saúde única representa.
“O novo coronavírus veio, provavelmente, de morcegos, talvez tendo um hospedeiro intermediário, que em função de alterações ambientais e do ambiente propício no mercado da cidade de Wuhan, na China, chegou às pessoas de forma patogênica. Isso mostra a saúde humana, animal e do ambiente interligadas, pois alterações nas três levaram ao surgimento de um vírus mutante causador da infecção nas pessoas”, afirma.
Enquanto acompanha a situação, Autran destaca que o conhecimento adquirido pelo médico-veterinário desde a faculdade é fundamental, não só para evitar novas pandemias como também no suporte à atual crise sanitária, pelo conhecimento de medicina de rebanho e dos próprios tipos de coronavírus, entre eles o aviário, o felino e o canino. O SARS-CoV-2 é o sétimo coronavírus conhecido e tem similaridades em termos de patogenia com o tipo felino.
“A destruição ambiental amplia as possibilidades de infecção de pessoas por microrganismos presentes em animais que antes não tinham contato com humanos, seja por transmissão direta ou por vetores. A maioria das enfermidades são transmitidas de animais a pessoas. O médico-veterinário é fundamental por conhecer essa transmissibilidade, preveni-la e aplicar o conhecimento de quem lida com diferentes espécies. Podemos antecipar muita coisa, a atual pandemia era algo que esperávamos, mas num futuro distante. Infelizmente, tudo o que temíamos aconteceu”, diz.
Mudanças velozes
Autran acompanhou surtos de parvovirose canina e uma epidemia de influenza em cães, nos Estados Unidos, e lembra que o SARS-CoV-1, em 2002, já deu uma ideia do que poderia vir. No entanto, ressalta, todo o conhecimento acumulado em epidemiologia é questionado, politizando uma crise que é sanitária.
“O debate é importante, mas a falta de uma estrutura centralizada de como se aplicar esse conhecimento falhou quando mais se precisava, em alguns países. Por outro lado, é incrível a velocidade como evoluem as descobertas sobre a doença. Diariamente, mais de 400 trabalhos relativos à covid-19 são publicados por dia, no Medline (sistema on-line de busca e análise de literatura médica que compõe a base de dados bibliográficos da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos). São experimentos, revisões, casos clínicos e vacinas, entre outros. Todos estão pesquisando sobre a covid-19”, assinala.
Para o médico-veterinário, talvez a vacina não seja a bala de prata que vai acabar com a pandemia. Ele recorda já ter havido uma imunização contra a coronavirose felina que, por causar efeitos colaterais severos, foi retirada do mercado.
“Óbvio que os imunologistas conhecem os estudos anteriores em Medicina Veterinária, porém o conhecimento do médico-veterinário segue fundamental, assim como foi no suporte com respiradores e ventiladores veterinários para uso na linha de frente”, observa, em referência à parceria entre a Academia Brasileira de Medicina Veterinária Intensiva (BVECSS) e a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), com apoio do Conselho Federal de Medicina Veterinária.
Na opinião de Autran, foi um passo importante para o reconhecimento dos médicos-veterinários na saúde. “Temos profissionais capacitados e vale lembrar que a Medicina Veterinária sanitária é muito forte, no Brasil. A pandemia aproximou clínicos de pequenos animais e médicos”, avalia.
Profissão em mudança
O impacto da covid-19 para os profissionais do campo, analisa Autran, é muito menor do que no hospital, por fatores diversos: animais de criação são pouco suscetíveis à doença, têm pouco contato com humanos, o qual, geralmente, ocorre em áreas externas e dificilmente há muitas pessoas num mesmo ambiente, ao mesmo tempo. Ou seja, as mudanças são mais gerais, como a necessidade do uso de EPIs e o distanciamento físico.
Já o ambiente hospitalar foi profundamente afetado, pois envolve muita gente próxima a maior parte do tempo. Por isso, no hospital veterinário em que é gestor foram implementadas mudanças sem previsão de alteração, embora haja planos de flexibilizar as medidas em situações específicas. A anamnese continuará sendo por telefone e a recepção não mais funcionará como sala de espera, tudo para que os proprietários permaneçam o mínimo possível no ambiente hospitalar – no momento, eles nem têm permissão de ingressar no local. Autran imagina, ainda, que a arquitetura desse tipo de estabelecimento terá de mudar para atender a essas novas necessidades, com pé-direito mais alto e ventilação natural. Em momentos como coleta de sangue ou cirurgias, o distanciamento físico é impossível, mas destaca, com organização é viável reduzir o tempo de contato entre as pessoas
“São alterações culturais, como naturalizar o uso de máscaras, pois essas doenças permanecerão endêmicas. Ninguém sabe como será o mundo em um ou dois anos. O que se sabe é que será diferente. Não será só a profissão que deverá ser flexível, o mundo inteiro será. Não existe um mundo pós-covid, mas um mundo com covid”, observa.
Clínica veterinária e saúde única
É neste mundo em mudança que Autran reforça o trabalho do clínico de animais como um dos tripés da saúde única. Não só pela prevenção a zoonoses, mas pelo fato de que o convívio com animais de estimação melhora a saúde e qualidade de vida de tutores. Há estudos, diz, que comprovam que a pressão arterial dos humanos baixa quando se aproximam de seus pets. Ele reforça, ainda, que a guarda responsável evita que pessoas sejam mordidas por animais domésticos ou, numa fuga, além de atropelados, causem acidentes de trânsito.
Por fim, um dos novos focos da clínica de pequenos, segundo ele, é o bem-estar animal. Estimular um ambiente livre de estresse, ansiedade e medo melhora a interação entre pessoas e animais e pode fazê-los viver mais. “Mesmo que não perceba, buscar a prática ideal é uma maneira de o médico-veterinário aplicar a saúde única. É preciso, em tudo o que fazemos, sempre considerar a interseção entre as saúdes humana, ambiental e animal”, assinala.
Saiba mais em nosso podcast
Atuação da Medicina Veterinária na Saúde Única motiva campanha nacional
O médico-veterinário também cuida de você é o mote da campanha que tem a Saúde Única como tema. Objetivo é chamar atenção da sociedade para a atuação do profissional em questões ligadas à saúde pública, mostrando que a Medicina Veterinária vai muito além da causa animal.
Você sabia que a saúde humana também depende da ação do médico-veterinário? Isso mesmo! Embora ainda conhecida como a parte da Medicina que cuida dos animais, a Medicina Veterinária trata também de alimentos, solo, água, saúde pública, genética, doenças que circulam nos animais e atingem os homens – as zoonoses – e muitas outras áreas.
Regulamentada no Brasil pela primeira vez em 1933, a profissão tem múltiplas especialidades, atingindo mais de 80 áreas de atuação. Essa amplitude faz da Medicina Veterinária a vertente principal da Saúde Única, tema da campanha de 2020 do Sistema Conselhos Federal e Regionais de Medicina Veterinária (CFMV/CRMVs) para o Dia do Médico-Veterinário, comemorado em 9 de setembro.
Lançada no dia 2 de setembro, a campanha tem como tema O médico-veterinário também cuida de você e ficará no ar até o final do ano. Será possível conferir, nos meios digitais dos conselhos regionais e federal, peças como hotsite, vídeo institucional, podcasts, depoimentos de profissionais, cards em mídias sociais e reportagens. Haverá ainda dois eventos on-line, nos dias 3 e 4 de novembro: o II Simpósio Internacional de Saúde Única e o IV Simpósio Paranaense de Saúde Única, ambos com o tema Água: O Sangue Terra e com inscrição gratuita.
Construída de modo colaborativo entre os 27 conselhos regionais e o CFMV, a campanha de 2020 abrange informações e personagens que esclarecerão como o trabalho do médico-veterinário atua de forma integrada às demais áreas da saúde para a garantia da saúde pública, animal e ambiental. A iniciativa é fundamentada em quatro temas principais: Covid-19; Segurança dos Alimentos; Controle de Zoonoses; e Meio Ambiente.
Os personagens, médicos-veterinários brasileiros, concederão depoimentos sobre suas áreas de atuação na Saúde Única, seu dia a dia e compartilharão aspectos ainda desconhecidos por parte da sociedade, mostrando o cenário da pesquisa na saúde animal para a solução de doenças também humanas.
Covid-19 e Zoonoses
Segundo o médico-veterinário Hélio Autran, “a destruição ambiental amplia as possibilidades de infecção de pessoas por microrganismos presentes em animais que antes não tinham contato com humanos, seja por transmissão direta ou por vetores (…)”. Professor titular do Departamento de Ciências Clínicas da Oregon State University, além de diretor e membro do corpo clínico do hospital veterinário da instituição, Autran coleta informações sobre a relação entre a covid-19 e os animais de companhia e compartilha suas descobertas e análises nas suas redes sociais e site pessoal.
Enquanto a economia mundial praticamente ficou paralisada, as pesquisas científicas dispararam em 2020, tentando encontrar respostas para neutralizar a ação da doença, a qual muitos acreditam ter-se iniciado por contaminação vinda de um animal silvestre. O médico-veterinário Nélio Batista de Morais, presidente da Comissão Nacional de Saúde Pública Veterinária (CNSPV/CFMV), lembra que, geralmente, essas doenças têm potencial de atingir muita gente ao mesmo tempo, exatamente o que estamos assistindo com a covid-19.
Outras doenças que preocupam os profissionais de Medicina Veterinária são aquelas que atingem rebanhos, tema do depoimento da médica-veterinária Karina Diniz Baumgarten. Há 11 anos, ela coordena o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT), em Santa Catarina. Além de afetar o gado, essas enfermidades podem infectar humanos, porém ensinar isso levou tempo. “No início, o desafio era fazer as pessoas entenderem que a brucelose era uma zoonose e que os produtores e trabalhadores das fazendas corriam risco de se infectar. Como não havia diagnóstico em humanos, era normal que eles não acreditassem”, conta Karina.
A professora doutora Paula Helena Santa Rita, que leciona e pesquisa em uma faculdade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, reúne informações sobre o impacto da agropecuária no meio ambiente e de como o médico-veterinário pode ser peça-chave não apenas para a sanidade dos rebanhos, como estamos acostumados a exigir, mas também como gestor de sustentabilidade de onde trabalha.
O desequilíbrio ambiental provoca, por exemplo, infestação de insetos, como mosquitos, os quais podem transmitir dengue, zika, malária e chikungunya, entre outras doenças. O trabalho do médico-veterinário entra aí para combater as zoonoses, doenças transmitidas aos homens por animais.
Alimento seguro
E quem lembra do médico-veterinário quando está comendo? É a atuação desse profissional em granjas, frigoríficos, supermercados, matadouros e onde houver produtos de origem animal que garante a qualidade dos alimentos. Atuando há 13 anos na área de Inspeção Higiênico-Sanitária de Produtos de Origem Animal, Isabelle Campello explica toda a tecnologia que possibilita a segurança das carnes, ovos, leite, mel e outros produtos que chegam à nossa mesa. Ela aborda os conceitos de food safety, food defense e food fraud.
Nas últimas décadas, o Brasil despontou como uma potência agropecuária, produzindo para alimentar a população interna e exportar grãos e proteínas. Mesmo com a retração no comércio mundial, dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apontam que o setor tem sido considerado essencial para manter o fornecimento de alimentos à população e o único a registrar crescimento consistente durante a pandemia.
Saúde Única
Nesse âmbito, a figura do médico-veterinário se destaca como o profissional mais qualificado para implantar e coordenar ações de Saúde Única. O Sistema CFMV/CRMVs tem insistido em alertar profissionais, gestores e população sobre o impacto positivo da atuação dele para a saúde de todos.
É justamente dessa totalidade que trata a Saúde Única: a saúde dos seres vivos e do planeta. O conceito de One Health envolve conhecimentos técnico-científicos, estratégias de enfrentamento às causas que provocam zoonoses e decisões políticas de saúde pública. A atuação do médico-veterinário na Saúde Única é exercida desde os primórdios, na origem da Medicina Veterinária, prevenindo, controlando ou erradicando doenças, garantindo a saúde animal e a qualidade e inocuidade dos alimentos de origem animal para a população.
Pelas redes sociais, sites oficiais e veículos de notícias, em breve, os brasileiros poderão conhecer um pouco mais sobre o amplo mundo da Medicina Veterinária, a área da ciência que cuida dos animais, do meio ambiente e cuida também de você.
Faça parte da campanha
Você é médico-veterinário e tem algo para contar sobre sua atuação na Saúde Única? Compartilhe conosco! Queremos mostrar a todos a importância desse profissional para a saúde humana, animal e ambiental. Grave um vídeo (pode ser pelo celular, na horizontal, ou seja, com a câmera deitada) de no máximo um minuto de duração e conte sua história. Encerre com a frase “o médico-veterinário também cuida de você” e poste de forma aberta (pública) nas redes sociais, usando #somossaudeunica.
É uma oportunidade de mostrar a todos o quanto a presença dos médicos-veterinários é ampla e relevante na vida das pessoas. Os vídeos ficarão hospedados no hotsite da campanha, no Portal CFMV, e poderão ser compartilhados nas redes sociais dos CRMVs e do CFMV.
No hotsite, também é possível baixar as peças publicitárias da campanha para divulgação. Empresas, profissionais e todos os cidadãos podem divulgá-las. Há peças para capa e avatar das redes sociais, além de material para mídias off-line (jornal e revista).
Embarque nesta campanha! O MÉDICO-VETERINÁRIO TAMBÉM CUIDA DE VOCÊ!
O médico-veterinário é profissional de Saúde Pública
O espectro de atuação do médico-veterinário é muito amplo, especialmente na área de saúde pública. Pela falta de informação e de conhecimento por parte de políticos, personalidades e profissionais de imprensa sobre esse vasto campo de exercício profissional, acabou causando perplexidade a nomeação do presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Distrito Federal (CRMV-DF), o médico-veterinário Lauricio Monteiro Cruz, para assumir o Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis, do Ministério da Saúde.
No entanto, o mesmo cargo já vinha sendo ocupado, de forma interina, por um médico-veterinário, o servidor de carreira do ministério Marcelo Yoshito Wada, com 22 anos de experiência profissional, o que não era tratado com estranheza dentro do meio científico, nem pelas equipes multidisciplinares do ministério. Inclusive, o departamento conta com outros 14 médicos-veterinários.
Lauricio, servidor público do Distrito Federal, chega ao cargo com 31 anos de atuação, na área de políticas públicas e no Sistema Único de Saúde (SUS). Seu desafio é contribuir para as políticas de prevenção e controle de doenças transmissíveis; de notificação de enfermidades; de investigação e vigilância epidemiológica; de orientação e supervisão da utilização de imunobiológicos; de investigação de surtos e epidemias, em especial doenças emergentes; de programação de insumos na área de Vigilância em Saúde; e suporte técnico aos estados e municípios. Estarão também sob a sua responsabilidade a coordenação dos principais agravos à saúde, como a dengue e a malária, duas patologias de grande magnitude no Brasil.
Com o respeito merecido aos demais profissionais da saúde, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) tem a convicção de que os médicos-veterinários também são plenamente competentes para dirigir o departamento, que deve pautar suas ações na colaboração interdisciplinar para atender às demandas da sociedade.
Saúde Pública
O médico-veterinário cuida de você. Nem todo o mundo sabe, mas 62% dos patógenos humanos conhecidos são transmitidos por animais, além disso, 75% das doenças emergentes tiveram origem na fauna silvestre (pág. 13, edição 84 da Revista CFMV). De acordo com a Lei nº 5517/1968, o estudo e a aplicação de medidas de saúde pública no tocante às doenças de animais transmissíveis ao homem, as zoonoses, é uma das funções do médico-veterinário, um profissional de saúde reconhecido pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) desde 1998.
Como consequência, médicos-veterinários fazem parte das equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), desde 2011, realizando ações de educação em saúde e visita aos lares brasileiros para prevenir e diagnosticar o risco à saúde das zoonoses, como raiva, leptospirose, brucelose, tuberculose, dengue e febre amarela, dentre outras doenças que têm animais como hospedeiros ou vetores.
SAÚDE ÚNICA
Estudos recentes publicados pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e pela revista Science apontam a Saúde Única – união de conhecimentos entre as saúdes pública, veterinária e ambiental – como abordagem para prevenir e responder a novos surtos de doenças zoonóticas e pandemias. O médico-veterinário é o profissional que reúne essas competências e sua atuação vai muito além do cuidado com a saúde e o bem-estar dos animais e dos atendimentos em clínicas, hospitais e consultórios veterinários.
Capacitado para as atividades de inspeção e de vigilância sanitária dos produtos de origem animal consumidos pela população, o médico-veterinário trabalha para garantir alimentos saudáveis em nossas mesas, mas, ao mesmo tempo, faz análise do solo e da água, visando à sustentabilidade ambiental nos ambientes de produção animal. Seu conhecimento em vigilância epidemiológica contribui em situações de surtos alimentares e outros agravos, transmissíveis ou não, no controle de zoonoses emergentes e reemergentes e nas campanhas de imunização. Exerce atividades em laboratórios, na pesquisa, no diagnóstico, na produção de imunobiológicos e participa da produção de vacinas e medicamentos de uso humano e animal.
A constante ameaça de novas pandemias originadas na interface homem-animal, como a covid-19, demonstra a necessidade de colaboração intersetorial, especialmente em vigilância, gerenciamento de riscos, biossegurança e comunicação. Na batalha contra a covid-19, em 2020, o médico-veterinário foi incluído pelo Ministério da Saúde entre os profissionais de saúde que poderiam atuar como voluntários da ação “O Brasil Conta Comigo – Profissionais da Saúde”. Segundo o ministério, 50% dos médicos-veterinários atuantes se cadastraram para participar e ajudar o país no esforço nacional de enfrentamento à pandemia
“A MEDICINA VETERINÁRIA CURA A HUMANIDADE”
Assim como Lauricio, outros médicos-veterinários trabalham para configurar esse novo contexto de Saúde Única. É o caso do médico-veterinário Luis Eduardo Cunha, vice-presidente do Instituto Vital Brazil (IVB). Ele coordena uma equipe multidisciplinar, que conta com mais oito médicos-veterinários e trabalha na pesquisa com o soro produzido a partir de plasma de cavalos para tratamento e combate à doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). O instituto já anunciou o depósito de patente do novo soro para combater a covid-19.
Na Universidade São Paulo (USP), um estudo coordenado pelo médico-veterinário Marco Antonio Stephano estuda uma vacina por spray nasal contra a covid-19. A equipe desenvolveu uma nanopartícula, a partir de uma substância natural, na qual foi inserida uma proteína do vírus. Uma vez administrada, nas narinas, espera-se que o corpo produza anticorpos presentes na saliva, na lágrima, no colostro e em superfícies do trato respiratório, intestino e útero. “Além de inibir a entrada do patógeno na célula, a vacina impedirá a colonização deles no local da aplicação”, explica Stephano.
O Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1996 foi concedido ao médico-veterinário australiano Peter C. Doherty, "por suas descobertas a respeito da especificidade da defesa imunológica mediada por células”.
Tudo isso mostra que Louis Pasteur estava certo quando dizia: “A Medicina cura o homem, a Medicina Veterinária cura a humanidade." Os médicos-veterinários são profissionais de saúde e, pelo seu conhecimento generalista, também podem ocupar cargos de gestão, atuando como secretários, diretores, coordenadores e gerentes de várias áreas estratégicas do comando da saúde, no Brasil e no mundo. O novo diretor do Ministério da Saúde estará assessorado por uma equipe multiprofissional de técnicos do órgão, devidamente capacitados a dar o suporte científico necessário para manter o país como referência mundial na gestão de saúde, imunização, vigilância e controle de doenças.
Sistema CFMV/CRMVs mantém valores de anuidades e taxas para 2021
Com a anuência de 70% dos Conselhos Regionais de Medicina Veterinária (CRMVs), os valores das anuidades e taxas para o ano de 2021 serão mantidos e não sofrerão nenhum tipo de reajuste. A decisão foi aprovada por unanimidade durante a 338ª Sessão Plenária Ordinária do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), realizada nos dias 11 e 12 de agosto, e hoje foi publicada no Diário Oficial da União, por meio da Resolução 1.345, de 19 de agosto de 2020.
Os conselhos regionais foram consultados pelo Ofício Circular nº 54/20 e, dos 25 que responderam, 19 foram a favor da manutenção dos valores sem aumentos. “Seguimos enfrentando a pandemia de covid-19 em 2020, que além da crise sanitária, está afetando economicamente os profissionais e estabelecimentos. Muitos colegas podem estar com dificuldades financeiras e o momento pede empatia e equilíbrio fiscal”, diz Francisco Cavalcanti, presidente do CFMV.
Descontos e parcelamento
Permanece a regra que dá prazo para efetuar o pagamento à vista, com desconto, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. Para quitação até 29 de janeiro de 2021, o abatimento será de 15%. O pagamento dos débitos até o dia 26 de fevereiro permitirá desconto de 10% e, até 31 de março de 2021, ganha 5% de dedução.
Para o exercício de 2021, o pagamento da anuidade poderá ser efetuado em cinco parcelas mensais, iguais e sucessivas, vencendo a primeira em 29 de janeiro e a quinta, em 31 de maio.
Covid-19
Atento ao impacto da pandemia de covid-19 no fluxo de serviços prestados pelos profissionais e pelas empresas, em março de 2020 o Sistema CFMV/CRMVs decidiu prorrogar o vencimento das anuidades deste ano até o dia 31 de agosto (Resolução CFMV nº 1314). A iniciativa foi tomada com o suporte técnico e sugestões oriundas dos regionais.
Adaptação é a palavra-chave do 1º dia de Webinar sobre o futuro da medicina veterinária
A pandemia de Covid-19 está mudando nossas vidas tanto no âmbito pessoal quanto profissional, mas isso não é novidade: outras pandemias que assolaram a humanidade trouxeram a necessidade de adaptação. Esse foi o tema de abertura do webinar A Medicina Veterinária no Pós-Pandemia, realizado nesta terça-feira (28), via plataforma online, para mais de 150 participantes. Hoje, a partir das 19h, você pode acompanhar o segundo dia de palestras com os médicos-veterinários Ana Lúcia Viana e Nélio Morais, para discutir a segurança alimentar e a saúde pública.
Logo de início Valéria indicou a resposta para os problemas que vivemos na atualidade: o futuro é dos profissionais de Saúde Única nas mais diversas especialidades. Apesar de “One Health” ser um conceito novo, registros históricos do século 17 já apontavam que o meio ambiente era fator primordial na disseminação de doenças para humanos e animais. Isso porque o ser humano sempre se colocou no topo da cadeia que envolve o planeta Terra, constituída também de fauna e flora. “O ser humano manipulou o planeta de maneira única. Chegou a hora de entender que ele faz parte deste mundo e não que está no topo. Ele é, na verdade, o ponto mais frágil”, alertou, ressaltando que as pandemias e os desastres naturais ocorrem justamente por esta intervenção desmedida do homem.
E não é só a Covid-19 que preocupa. Enfrentamos atualmente uma pandemia de HIV que dura 40 anos e de cólera há mais de 60; sem uma mudança de hábitos, outras poderão vir nos próximos anos. Para ela, “ambientes com pessoas estressadas e sem equilíbrio nos deixam vulneráveis a doenças já conhecidas. Considero que doenças virais por vetores são as mais fáceis de acontecerem no nosso contexto, como a febre amarela. Mas não descartaria a tuberculose, por exemplo. A evolução dos diagnósticos e do sanitarismo não consegue acompanhar a evolução dos microrganismos”.
Períodos como este que estamos vivendo, no entanto, também trazem aprendizados e oportunidades. É um momento importante de revolução científica e cultural, de evidenciar a saúde pública e de se aproveitar da migração da comunicação de modo geral para o meio digital para disseminar a informação. “O isolamento não é novidade. A humanidade já passou por períodos de quarentena antes nos quais grandes cientistas e artistas produziram obras importantes”, finalizou.
Mercado Pet
O médico-veterinário Sérgio Lobato foi o encarregado de encerrar a noite no primeiro dia do webinar. Com a responsabilidade de abordar os desafios e mudanças do mercado pet após a pandemia, foi enfático ao dizer que é tempo de adaptação de profissionais e empresários.
“Não se pode ser refratário ao conceito de biossegurança na medicina veterinária. É preciso criar protocolos de segurança para os procedimentos nas suas instalações e oferecer isso como um diferencial”, explicou.
Há 20 anos trabalhando com gestão técnica em empresas do ramo, Lobato relembra a preocupação com a retração da economia nos primeiros meses da pandemia; porém, a realidade mostrou um cenário diferente do esperado. Lobato afirmou que a partir do 3º mês houve um aumento de procedimentos eletivos como consultas, exames e cirurgias. Os dados trouxeram então um questionamento: “onde erramos em nossa comunicação que o tutor precisou ficar em casa para lembrar de levar o pet ao médico-veterinário?”.
Para ele, é tudo questão de planejamento e adaptação. É preciso pensar à frente, investir nas plataformas de comércio online e criar novas experiências para os clientes. “Todos estamos vivendo um momento emocional difícil, então se aproxima do cliente, manda um vídeo, uma mensagem. Lembra ele que você está à disposição quando ele precisar”, ressaltou. Um simples gesto deixará seu nome e sua empresa marcados para aquela pessoa.
Utilizar as mídias sociais para esclarecer temas relacionados à pandemia também é importante. Um profissional capacitado e que saiba se expressar de modo claro é uma fonte de confiança para aquele cliente que coloca a vida do pet em suas mãos. E nada de compartilhar link de matéria pronta, alerta Lobato. O que vale aqui, além da informação, é o toque pessoal e original que somente você pode dar.
Para finalizar, ele deixou algumas dicas preciosas para você investir seu tempo neste período: realize um checkup completo da empresa; treine sua equipe; faça o controle de estoque; confira se os processos operacionais estão de acordo com o esperado; preocupe-se com a saúde financeira da sua empresa, faça um planejamento; e, principalmente, não tenha medo de mudar.
Webinar
O Webinar a Medicina Veterinária Pós-Pandemia é uma realização dos Conselhos Regionais de Medicina Veterinária dos Estados da Bahia (CRMV-BA), do Ceará (CRMV-CE), de Minas Gerais (CRMV-MG), do Pará (CRMV-PA), do Paraná (CRMV-PR), do Rio de Janeiro (CRMV-RJ) e do Rio Grande do Norte (CRMV-RN).
Inscreva-se para o segundo dia de palestras: https://bit.ly/3iUkojR
Plenária virtual prorroga, mais uma vez, a validade das inscrições provisórias
A Resolução CFMV 1344/2020 foi publicada nesta segunda (27) no Diário Oficial da União. A norma prorroga até o dia 31 de dezembro prazo validade inscrição provisória de que trata o artigo 5º-A da Resolução CFMV nº 1041/2013. A data limite era 31 de agosto (Resolução CFMV nº 1326/2020). O texto foi aprovado, por unanimidade, na 337ª Sessão Plenária Ordinária do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV).
Pela quarta vez na história do CFMV, a reunião foi realizada por videoconferência, na última quinta-feira (23). Ainda por conta da pandemia, foi aprovada a publicação ad referendum da Resolução 1337/2020, que reinstitui, ad referendum do plenário do CFMV, medidas emergenciais para mitigação dos riscos decorrentes da doença causada pelo COVID-19.
Os conselheiros e diretores deliberaram também sobre questões natureza administrativa e financeira e apoio aos Conselhos Regionais de Medicina Veterinária (CRMVs) por meio dos requisitos da Resolução 964/2010.
A plenária analisou questões como responsabilidade técnica dos consultórios e processos originários dos CRMVs. Além disso, decidiu-se sobre recursos contra auto de infração e de multa e indeferimento de cancelamento de registro de pessoa jurídica.
Nominata
Participaram da reunião o presidente do CFMV, Francisco Cavalcanti de Almeida; o vice-presidente, Luiz Carlos Barboza Tavares; o secretário-geral, Helio Blume; e o tesoureiro, Wanderson Alves Ferreira, representantes da diretoria. Completaram o grupo os conselheiros efetivos Cícero Araújo Pitombo, José Arthur de Abreu Martins, João Alves do Nascimento Júnior, Francisco Atualpa e Therezinha Bernardes, os conselheiros suplentes Fábio Holder e Irineu Benevides.
Assessoria de Comunicação do CFMV




