No Dia Mundial da Saúde, CFMV destaca a atuação do médico-veterinário como profissional de Saúde Pública
Neste 7 de abril, data que marca o Dia Mundial da Saúde, o Brasil e o mundo enfrentam a pandemia do novo coronavírus (SARS-Cov-2), responsável pela infecção humana da Covid-19. A data, instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1950, para celebrar o dia de sua criação, completa 70 anos com uma campanha de agradecimento aos profissionais de saúde que estão na linha de frente de combate ao coronavírus e na vanguarda de resposta ao Covid-19.
“São eles que fornecem tratamento e cuidados respeitosos, lideram o diálogo comunitário para lidar com medos e perguntas e, em alguns casos, coletam dados para estudos clínicos. Simplesmente, sem os profissionais de saúde, não haveria resposta”, ressalta a campanha da OMS.
O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) aproveita a oportunidade para agradecer aos médicos-veterinários que, como profissionais de saúde pública, ajudam o Brasil a enfrentar “essa pandemia da Covid-19, sem precedentes na saúde pública mundial, principalmente, pelo seu impacto, que extrapola a saúde individual das pessoas, mas ataca o sistema de saúde como um todo”, afirma o médico-veterinário Francisco Edilson Ferreira de Lima Júnior, membro da Comissão Nacional de Saúde Pública Veterinária (CNSPV/CFMV).
Para Lima Júnior, os médicos-veterinários, atuando na clínica de pequenos, grandes animais e animais silvestres, em vigilâncias sanitárias e epidemiológicas, na academia e na pesquisa, ou em laboratórios, sejam atividades ligadas direta ou indiretamente ao combate do coronavírus, são agentes de saúde pública e têm a missão de salvar vidas.
Os clínicos veterinários, por exemplo, estão em contato direto com os tutores responsáveis pelos animais e devem estar atentos aos proprietários que, porventura, apresentem sintomatologia de gripe ou compatível com a Covid-19, prestando a devida orientação. O atendimento, segundo ele, precisa ser responsável, com a utilização de equipamentos de proteção individual e, apesar de ainda não se ter evidências quanto à capacidade dos animais transmitirem a doença ao ser humano, é certo o alto risco de contágio entre as pessoas.
“O médico-veterinário tem um papel importante de educação em saúde, por isso, deve buscar sempre estar atualizado para tirar as dúvidas, não só das questões veterinárias relacionadas ao animal, mas também como um profissional de saúde com a missão de recomendar aos tutores e à população em geral os cuidados de higiene e proteção, como a lavagem correta das mãos e o uso de álcool gel para evitar a infecção”, defende. “Quanto mais profissionais de saúde puderem disseminar a informação correta e adequada, com as recomendações de fontes oficiais, melhor será para toda a sociedade”, afirma.
Na comissão de frente, também estão os médicos-veterinários que trabalham nas vigilâncias sanitárias e epidemiológicas dos estados e municípios, trabalhando diretamente no controle da situação de emergência, atentos aos cuidados com alimentos, embalagens e demais superfícies que possam ser fontes de infecção. “É uma doença que tem uma alta transcendência, daí também a importância do médico-veterinário no planejamento das ações de vigilância e prevenção e controle de zoonoses”, reforça Lima Júnior.
Também destaca os profissionais que trabalham na área de laboratório, que podem dar suporte, por exemplo, ao processamento de amostras, atentos aos cuidados para prevenir a infecção. “Com esse poder de alcance, que afeta a circulação de bens e serviços e interfere no desenvolvimento econômico, é importante termos medidas fortes para mitigar a sua transmissibilidade o quanto antes, e isso passa por todos os setores da saúde”, opina.
Nesse momento emergencial, o Brasil necessita contar com o trabalho dos profissionais de saúde de todas as áreas. Por isso, é importante que os médicos-veterinários estejam atualizados sobre o tema e disponíveis para contribuir no dia a dia de seu trabalho ou quando requisitados pelas autoridades sanitárias, como agora, em que o Ministério da Saúde, por meio da campanha Brasil Conta Comigo, está cadastrando profissionais que possam vir a atuar na linha de frente de combate ao novo coronavírus.
Vacinação
As autoridades sanitárias, alertas para a possibilidade de concomitância do período do ano com maior ocorrência de casos de influenza com a pandemia de Covid-19, adiantaram em um mês a campanha de vacinação contra a gripe, incluindo os profissionais de saúde no grupo prioritário de imunização. Tem, inclusive, post do Ministério da Saúde nas redes sociais recomendando a vacinação dos profissionais de saúde.
“Com o aumento da ocorrência de casos de influenza no período sazonal, a circulação dos dois vírus em conjunto pode agravar mais a situação, não só das pessoas, mas também do sistema de saúde”, explica Lima Júnior.
Por isso, os médico-veterinários, reconhecidos como profissionais de saúde pelo Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde, devem buscar o direito de se vacinar contra a gripe. “Eles devem procurar os postos de vacinação e levar a carteira profissional, apresentando-se como profissionais de saúde”, recomenda.
7 de abril
O Dia Mundial da Saúde, instituído em 1950, coincide com a data de criação da OMS, fundada dois anos antes. Tem o objetivo de conscientizar a população mundial a respeito dos vários aspectos que envolvem o tema. Essa lição está sendo sentida, na prática, neste dia de 2020, frente ao desafio mundial de superar a pandemia do coronavírus. Isso porque a Covid-19 ataca os sistemas de saúde dos países, muda a rotina da população, gera isolamento social e afeta a economia até de nações desenvolvidas.
Para reconhecer o trabalho de quem está diariamente travando essa luta contra a doença, a OMS homenageia os profissionais de saúde, que “trabalham sem parar, dia e noite, colocando-se em risco, para nos manter seguros e combater os danos dessa pandemia”, disse o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
Como reconhecimento especial, a mensagem se dirige aos profissionais de enfermagem e de obstetrícia. Aos enfermeiros, por aguentarem longas jornadas, com riscos de lesões, infecções e uma carga de saúde mental pesada, oferecendo conforto no final da vida dos pacientes. Já às parteiras, pela difícil missão de ajudar a trazer recém-nascidos ao mundo em segurança, em meio a uma pandemia.
“Vocês nos deixam orgulhosos, vocês nos inspiram. Somos gratos a vocês. Obrigado pela diferença que estão fazendo, todos os dias, em todos os lugares”, agradece Guterres.